O sofrimento é a realidade que mais atemoriza o ser humano. Num mundo de utopias e sonhos, o sofrimento é o acordar para a vida! A todo custo, tentamos evitar o sofrimento, porque ele representa a dor, a perda, frustrações e angústias. Nossas decisões, geralmente, são baseadas em escolhas que nos causam mais prazer e menos sofrer. Nas encruzilhadas da vida, frequentemente nos desviamos da "via crucis", e trilhamos o curto e breve caminho da ilusão de acreditar que é possivel viver sem sofrimento... até que somos apanhados de surpresa e percebemos que a vida sem sofrimento simplesmente não é vida!
A grande questão é que muitas vezes – se não todas - não entendemos os propósitos de Deus e até questionamos Sua vontade quando nos deparamos com situações adversas. Ficamos sem respostas diante das calamidades e das vicissitudes da vida, e pensamos: onde está Deus no meio disso tudo? Se Ele está aqui, por que então Ele não age? E se Ele permite tal coisa acontecer com inocentes, onde estão Sua justiça e bondade? Se formos bem sinceros conosco mesmos, admitiremos que constantemente somos pegos por estes pensamentos diante dos sofrimentos alheios e pessoais.
Na verdade, no fundo, o sofrimento faz com que sintamos injustiçados. É como se julgássemos a nós mesmos não merecedores daquele “mal”. Agora, será que todo sofrimento é realmente mau? Será que Deus sempre tem a intenção de nos fazer o "mal" quando permite algumas coisas “ruins” acontecerem conosco? T. L. Cuyler afirma que “algumas vezes Deus lava os olhos de seus filhos com lágrimas, para que eles possam ler corretamente Sua providência e Seus mandamentos”.
É verdade. O propósito de Deus nos sofrimentos, mesmo que não compreendemos a primeira vista, sempre visa nos conduzir para mais perto dEle! Warren Wiersbe, escreve que o sofrimento é um instrumento para avaliarmos se nosso “relacionamento com Deus é sincero ou puramente ‘comercial’ [1]”. Podemos perguntar então: quem é Deus para nós quando nos faltam as coisas que mais desejamos possuir? Ou, quem é Deus para mim quando sou destituído daquele “bem”que penso ser necessário? Concordamos com Warren que cita o exemplo de Jó destacando que no momento de seu sofrimento, Jó não tinha nada a não ser o próprio Deus. Foi ali então que Deus provou a fé de Jó. E são nestes momentos que o Senhor, de igual modo, prova a nossa fé.
Agora, sabemos que não é fácil. As provas da vida freqüentemente vêm como uma onda quebrando sobre nós, golpeando nossa esperança e esmagando nossa alegria. A dor é única e dificilmente conseguimos enxergar o “bem” por trás das provações. Por que? Será porque somos duros de coração? Não. Mas simplesmente porque somos humanos. E Deus sabe que, como humanos, somos vulneráveis a pensar e agir baseados em nossa dor. Daí, derramamos nosso lamento e nossa consternação. Entretanto, Somente Deus entende o que sofremos, porque Ele, em Seu Filho, sofreu para poder agir dentro de nossa dor!É no meio do sofrimento que experimentamos o Seu Amor e Sua Graça.
Nossa segurança se dá não pelo fato de estarmos isentos de sofrimento. Aliás, Deus nunca prometeu tal coisa, antes disse: "No mundo tereis aflição" (Jo. 16:33). Contudo, nossa segurança é que, mesmo nas aflições, podemos ter bom animo; mesmo derramando lagrimas, nós temos o Consolador; mesmo sofrendo com a perda de bens ou de entes queridos, podemos experimentar Sua doce e suficiente presença ao nosso lado. Assim, certos da dor, porém convictos do Amor, dizemos como Jó: Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. (Jó 19:25).
[1] Warren Wiersbe, Why Us? When Bad Things Happen to God’s People, p.42
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Olá, Luis!
Primeiro, gosto de sua escrita, da forma como conduz o texto!
Segundo, penso que é assim mesmo... Deus não nos prometeu isenção diante do sofrimento, pelo contrário, sofreu conosco na Cruz.
Terceiro, aí eu vou sair do texto: pelo que andei assistindo na tv e lendo na net, é lastimável saber que a manutenção do templo da renascer era feita com imperícia e negligência; e é triste saber também que esta é a situação de grande parte dos templos das igrejas evangélicas em São Paulo.
Deus com certeza não se alegra com isso.
Devemos orar, prestar solidariedade às vítimas, e dirigir a eles palavras de consolo. Mas me pergunto: os Hernandes, eles teriam o direito de abrir a boca para falar algo?
Olá Humberto,
Deveras, acredito que os Hernandes não têm condições de aliviar o Sofrimento dos outros, uma vez que eles mesmos estão tão lambuzados que necessitam de nossas orações. O que me levou a refletir sobre o episódio foi o fato de eles terem "mencionado" os propósitos de Deus naquela situação?!
Todavia, como você disse, entristecidos com o fato, vamos orar para que Deus console aquelas vítimas!
Abraços!
Many thanks. May God bless you as you walk with Him during the hardest time of our journey. Remember: He is an ever-present help in times of need!
Costumamos achar que a interaçao divina nos fatos terrenos vai acontecer de cima para baixo, em fenomenos sobrenaturais que serao capazes de muda a realidade naquele instante transformando nossa dor em vitoria. Nao que Deus nao possa assim fazer, mas entendo que a sua açao seja inversa no sentido de promover o crescimento e amadurecimento do homem. Mas acho que Deus prefere agir como faz com pequenas nascentes, de baixo para cima, até que consiga se transformar em um rio que toma seu caminho e siga seu percursso. Como diz em Romanos 8:28, temos sempre regar a nossa fé e ter a certeza de que a Sua presença é permanente e confiavel, e que Ele deseja trabalhar para que possamos produzir algo bom. E nisso a nossa fé vem sempre recompensada ainda que muitos por quês venham a ficar sem respostas. Tem uma frase que aprendi e gosto sempre de lembrar nos momentos mais dificeis, é mais ou menos assim: Temos que aprender a olhar pra o futuro a fim de encontrar uma finalidade redentora em vez de ficar olhando para o passado em busca de explicaçao.
Muito bom. Realmente a certeza na presença de Deus conosco nos momentos difíceis, nos ajuda não apenas a superar as adversidades, mas também nos ensina a olhar para frente com Esperança!
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