Lendo a obra de Nietzsche – Para Além do Bem e do Mal - me dei conta que ele estava certo quando prenunciou acerca dos filósofos do futuro. Decepcionado com o sistema, a moral, a razão lógica e cientifica, e sobretudo com Deus (Moral Absoluta), Nietzsche lança as bases para uma cultura desvinculada à Verdade Absoluta Universal. Na verdade, para ele só existe o ser existente com tal. Essa idéia de Deus, afirmava ele, é uma invenção humana para dominar os fracos de idéia; o sistema, é apenas a materialização dos desejos de uma vontade potente sobre outra; o Absoluto nada mais é a dogmatização de uma opinião, impedindo outros a pensarem e conhecerem outras verdades!
Nietzsche, se não o precursor, foi, com certeza, o elaborador de uma filosofia do “espírito livre”. Segundo ele, este espírito independente não estaria preso a opiniões formadas, mas viveria numa “metamorfose ambulante”. Hoje, podemos perceber a influencia dele em basicamente três áreas: o individualismo, o relativismo e o existencialismo. No individualismo, ele prega a centralidade do indivíduo, seus interesses e suas aspirações; no relativismo, ele afirma que não há Verdade Absoluta, mas verdades infundidas na experiência de cada ser; no existencialismo, ele consolida sua perspectiva concernente ao real sentido da vida e a razão – a percepção dos sentidos, os instintos e as paixões são fundamentais para a existência humana.
Eu até acredito que não foi a intenção de Fredrich incentivar um antinomismo desenfreado ou um liberalismo total, onde o indivíduo viveria regaladamente todos os impulsos do seu desejo. Eu penso que ele confiava tanto da capacidade humana de se autogovernar, que, para ele, não seria mais preciso um sistema, uma moral determinante, uma ciência mecanicista, ou até mesmo uma figura divina. O homem, de uma forma empírica, poderia determinar seu próprio destino.
Só que ele não pensou numa coisa – o homem é pecador. Aliás, corrijo, ele pensou, só que não acreditava na existência do pecado! Na sua ótica, não havia nem o “Bem” nem o “Mal”, como concebemos, havia apenas uma vontade livre, e o “pecado” talvez seria dirimir este desejo por liberdade. Só que os resultados do pensamento de Nietzsche não foram uma reestruturação ou reorganização do sistema, mas um total descaso, uma aversão aos valores balizadores de uma sociedade – por exemplo, os valores familiares, sociais, altruísticos, universais, etc.
Onde está a loucura de Nietzsche então? Está no fato de ele excluir Deus da vida humana? Seria porque ele desacreditasse nos padrões morais? Ou porque a ciência era mais uma arma de manipulação e dogmatização? Não! Eu pude perceber que a Loucura de Nietsche reside numa simples verdade: ele não soube lidar com seus problemas e frustrações.
No fundo, ele queria apenas viver de forma coerente com suas decepções abolindo tudo aquilo que lhe causava sentimento de culpa, medo e exigência moral. Para ser sincero, Nietzsche nos ensina muito. Ele nos ensina que a vida só tem sentido Naquele que dá sentido à vida, o próprio Deus:
De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más. Ecclesiastes 12:13
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Gostei!
Tá produtivo, hein?
Se tudo correr bem, estarei aí neste fim de semana.
Abração, Luis!
Valeu Humberto!Muito Obrigado. Saiba que você tem uma parcela de "culpa" nisso!
Abraços e espero vê-lo.
Olá, estava fazendo uma pesquiza geral sobre a vida de Niezstche, as obras e talz, e achei esse seu post que achei maravilhoso, bem esclarecedor e me ajudou muito.
E queria realçar que você é ótimo com as palavras.
Beijos.
olha só,temos um descobridor da verdade,o sentido da vida é deus?a nossa mais longa mentira e sitando a biblia,espero que não seja um cristão furtador da cultura judaica e deturbador do saber hebreu,mas em fim,a verdade é que Niezstche,nasceu postómo demasiadamente.
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