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A IGREJA BRASILEIRA EM SUA METAMORFOSE DINÂMICA

A Igreja evangélica brasileira tem passado por uma fase histórica de expansão surpreendente. Uma verdadeira metamorfose dinâmica na sua forma, em seus valores e propósitos. E o que mais tem chamado a atenção é o aumento numérico. O crescimento dela tem alcançado uma marca importante, chegando até a ser destaque mundial. Segundo Patrick Johnstone em seu livro Operation World (Intercessão Mundial), o número de evangélicos no Brasil soma a 12.6% com crescimento anual de 4.4% (ano de 2001). Este reconhecimento mundial do que Deus tem realizado em nosso país nos remete a uma nova indagação sobre a substancialidade deste aumento numérico. Porque, sabemos, que números e conteúdo são coisas bem diferentes; quantidade e qualidade são dois pólos essenciais para um equilíbrio. Por qualidade, diga-se de passagem, quero dizer o conteúdo balizador e formador de nossa eclesiologia. Daí, chegamos a conclusão que o modus faciendi da Igreja depende radicalmente de seu modus vivendi. Ou seja, o que ela faz para crescer reflete e se sustenta pelo que ela é!. E neste ponto que percebemos que alguns pontos teológicos inegociáveis de nossa confissão têm sido comprometidos. Quero listar os que, creio eu, não têm sido observados e que fazem toda a diferença em nossa eclesiologia.

Uma Hamartiologia Superficial. O resultado de uma vida antropocêntrica e não cristocêntrica é a tendência de relativizar o pecado. O pecado hoje tem deixado de ser uma ofensa a santidade de Deus para se tornar simplesmente um defeito ou uma falha de caráter do indivíduo. Faltam mais pregações sobre arrependimento e confissão; não se tem ensinado mais sobre conduta santa entre os jovens, simplesmente por não haver mais noção de pecado contra Deus. Wayne Grudem define o pecado da seguinte maneira: “é deixar de se conformar à Lei de moral de Deus, seja em ato, seja em atitude, seja em natureza”[2]. É preciso repensar nosso conceito sobre o pecado em nossas igrejas hoje, ensinando sobre suas conseqüências desastrosas e como voltar para Deus através do arrependimento.

Uma Soteriologia utilitarista. Atualmente, vemos por um lado, uma forte ênfase na realização do ser humano, sua prosperidade e “satisfação espiritual” em servir ao Senhor; e por outro, uma falta de entendimento sobre o que realmente significa ser salvo. A mensagem ouvida por aí é mais de uma salvação utilitarista e sem compromisso. Para Zabatiero, a perspectiva correta da nossa salvação começa compreendendo nossa nova realidade em Cristo. Isso significa que fomos salvos para ser de Cristo e não simplesmente para receber “bênçãos” dele; fomos libertos do pecado para “sermos conforme a imagem dele” (Rm 8:29). Cristo nos salvou não para sermos mais prósperos aqui na terra, ou para sermos mais abençoados; Ele nos salvou para termos a vida que ele tem.

Igreja de Cristo: Que sejamos! Que Façamos! Que cresçamos!

[1] Barro, Uma Igreja Sem Propósitos, p.49-50
[2] Grudem, Teologia Sistemática, p.403.

9 Deixe aqui seu comentário::

Anônimo disse...

Oi Rev. Luíz!

Li seu texto e gostei.. em parte! Discordo qdo vc diz: "não se tem ensinado mais sobre conduta santa entre os jovens".

Eu complementaria: nem entre os adultos e velhos.

Não sei que implicância é essa que se tem com os jovens. Às vezes vejo mais jovem sadio na fé do que adultos, e confesso que me sinto afrontada quando o assunto é santidade pros jovens, ainda mais quando o assunto se afunila em sexo, como geralmente ocorre.

Parece que só nós, os jovens, pela pouca idade, caímos nas ciladas do diabo.

Sei que o assunto do texto não são os jovens, mas não poderia deixar de comentar esse trecho neh? Afinal, sou uma JOVEM, que por sinal é comprometida com o evangelho.

Ah.. e sobre a igreja brasileira, eu diria que é um tanto estranho saber que ela cresce cada dia mais, que só aumenta o número de evangélicos e que, no entanto, a realidade brasileira não muda em nada! Onde estãos os luzeiros? Cadê essa gente que vira crente mas que não salga o mundo? Pq os cristãos se envolvem tão pouco com questões como a justiça social?

Pensemos!

Nele, razão da nossa fé,

Luis Carlos disse...

Oi Jacqueline,
Obrigado pelo seu comentário e observação. Realmente, não são só os jovens que precisam ouvir de santidade, os adultos também. No entanto, é preciso dar um ênfase maior neles para que eles não se tornem adultos relapsos espiritualmente. Até porque eles, os jovens, "são fortes e têm vencido o maligno". Se tivermos jovens fortes e vitoriosos agora, com certeza não teremos este problema que você mesmo identificou acontece hoje com os adultos.
Não quero que você se sinta mal com as declarações, mas encorajada. Esta mensagem é apenas uma proposta para que nos foquemos no objetivo certo, crescendo sim, mas sem perder conteúdo.
Abraços e, mais uma vez, obrigado!

Luis Carlos disse...

Ah, outra coisa...
Quando disse não se tem ensinado "santidade para jovens" na verdade estou identificando um problema de referencia! Ou seja, está falatando padrão de conduta e santidade para os jovens!
Abraços outra vez!

Anônimo disse...

Não me senti mal pastor, só achei que ficou mal colocado.

Mas como vc explicou, é um ciclo natural: jovens sadios, adultos sadios.

Abraços!

Luis Carlos disse...

OI Jacqueline,
Valeu mais uma vez. Só que realmente não entendo porque "ficou mal" sendo que é uma verdade! Será que "fica mal colocado" tocar no assunto de santidade entre os jovens?! Eu compreendo sua discordância, mas eu não consigo ver diferentemente do que escrevi.
O texto levanta uma problemática séria: Os modelos de vida com Deus está em falta. Se os jovens não sabem mais o que é santidade, é porque os "pais" - no sentido espiritual- estão deixando de cuidar dos filhos. É verdade, é um ciclo natural!

Abraços e até a proxima!!!

Humberto R. de Oliveira Jr disse...

Olá, Luis!

É, ando pensando basante sobre os jovens...

Não sei, há uma falta de profundidade em nosso meio, falta de pensamento reflexivo, existencial, maduro e comprometido com uma vida que não se limita apenas à temporalidade, mas está intimamente ligada com o que é eterno.

Oremos e nos movimentemos a fim de contribuir para a alteração deste quadro.

Abração, My Pastor!

Humberto R. de Oliveira Jr disse...

Ah, quando digo jovens, estou falando mesmo de forma bem genérica, não me refiro aos jovens de alguma igreja ou lugar em especial...

Luis Carlos disse...

Oi Humberto,
Esta também tem sido uma grande preocupação para mim. Tenho visto algumas mudanças, em algumas pessoas, em alguns lugare. Todavia, falando de um modo geral, percebo que nem todos têm a mesma visão e os mesmos valores.
Vamos trabalhar para mudar esta situação!

Anônimo disse...

necessario verificar:)

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