O ser humano é um ser limitado pelo tempo. Tudo que ele faz está relacionado com sua perspectiva do tempo, no passado, no presente, e no futuro. As suas decisões e escolhas no presente-agora são determinadas pelas experiencias acumuladas no passado-anterior e por suas expectativas projetadas para o futuro-posterior. Por isso, ele precisa do passado para resolver o presente, e assim poder enfrentar o futuro! Diferentemente da alienação extática, que é a tentativa de ignorar ou anular as implicações do fator-tempo na história do indivíduo, este ser, inserido no tempo, busca no tempo, as respostas para seus dilemas mais profundos.
Sempre que nos referimos ao tempo, pensamos em um ponto específico em algum momento da história. Esta referencia é linear e contínua composta de um antes, um durante e um depois. O ser do hoje é a somatória de tudo que ele foi ontem e sonha ser amanha. Não tem como fugir desta realidade. No entanto, para se encarar o tempo, é preciso dar-lhe o significado exato em relação a vida. Cada hora, minuto e segundo é importante para o ser que é determinado por sua temporariedade. Embora ansiamos pela eternidade (Ecl. 3: 11) – que a ausência total do tempo - estamos sujeitos a ação do que é passageiro e transitório. Em outras palavras, não apenas passamos pelo tempo, mas o tempo passa por nós!
O ser humano é o único ser que tem saudades. Não se pode comprovar que outros animais se lembrem do que passou. Tudo que eles sabem deve-se a seus instintos. Mas não é assim com o homo sapiens. Sua memória arquiva todas as suas experiências, sensações e impressões e constantemente as traz à tona no tempo presente. Este flashback influencia o que ele é agora, e pretende ser amanha. O passado é parte da história do ser, e não pode ser deletado. Em um processo de decisão, a nossa mente trabalha associando fatos e ideias de momentos passados para nos dar certo direcionamento diante das situações correntes.
Acertar ou não tal decisão dependerá grandemente do uso apropriado do nosso passado. Quando digo “uso apropriado do passado”, destaco uma tendência inerente no ser humano de viver no e do passado. Esta mentalidade saudosista pode ser prejudicial porque tendemos a ignorar ou nos alienar das questões prementes atuais. Saber usar o passado é extrair de nossas experiencias respostas adequadas para nos ajudar a resolver ou nos fazer compreender os desafios no presente.
Mas, há um outro fator importante nessa nossa viagem no tempo. É que o nosso aqui e agora sempre veem acompanhados de uma retorno ao passado, e de uma projeção para o futuro. A nossa perspectiva de futuro é determinante para as respostas que damos aos dilemas do presente. Saber o destino onde desejamos chegar implica em saber que estradas devemos tomar. É este futuro a nossa frente, ou a noção dele, que nos dá um norte, ou um senso de propósito que, por sua vez, nos dá um senso de significância.
O homem no tempo,é um homem do futuro. O ser humano é dotado pelo senso de propósito que o impulsiona e o motiva a ter expectativas. É este senso que lhe diz aonde este indivíduo precisa chegar e o põe-no em movimento em direção a realização de suas expectativas. A falta de esperança logo se manifesta com uma profunda falta de propósito e realização. A esperança faz parte da estrutura psicossocial do ser e o destaca como o único ser capaz de transcender e transformar sua realidade, construindo algo novo a partir de suas projeções. Por isso, seu senso de propósito é imprescindível e negar esta capacidade é viver de forma antitética a sua essência.
Como o ser humano passa grande parte de seu tempo projetando e arquitetando seu futuro, ele pode enfrentar um grande desafio: a tendencia ao escapismo. Geralmente o futuro que projetamos é perfeito, ideal e bom; porém, quando contrastado com nossa realidade nua e crua, nem sempre temos as respostas adequadas. Este “esperancismo” é um processo psíquico de digressão, remetendo os medos e inseguranças do indivíduo, suas ambições e idealizações, para um tempo, ou noção de tempo, fora de sua realidade presente, com o objetivo de superar as premências psíquicas, sociais ou circunstanciais. De certa forma, este fator é necessário para direcionar o ser humano, motivá-lo rumo a um alvo. No entanto, seu malefício é quando ele se torna um sentimento escapista onde a realidade presente deixa de ser encarada e passa a ser evitada.
O homem no tempo é chamado para viver no tempo de Deus. É aqui que nos deparamos com o significado do tempo. De um modo geral, há dois termos relacionados ao tempo – o kronos e o kairos. O kronos é o tempo que determina as estações do ano, os meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos, etc. Estamos limitados pelo tempo kronos, e, até certo ponto, nossos projetos de vida dependem da cronologia deste tempo. Já o tempo kairos, é o tempo oportuno, o tempo de Deus. Eclesiastes diz que tudo Deus fez maravilhosamente em seu tempo (tempo aqui é kairos) e “pôs na mente dos homens a ideia da eternidade” (Ec 3:11). Ou seja, Deus manifesta seu tempo (kairos) dentro de nosso tempo (kronos), e mesmo presos ao kronos, vivemos em busca de algo além dele, o kairos de Deus!
Agostinho afirma que “os anos na presença de Deus são como um eterno dia sempre presente, de modo que ‘todas as coisas de amanhã e do futuro, de ontem e do passado, hoje as fazes, hoje as fizeste[1]’”. No tempo de Deus, não há amanha, e sim um hoje eterno! Logo, a verdadeira esperança não é aquela que se deixa prender pelo fatalismo do kronos, mas que descansa nas promessas do kairos de Deus. O Senhor não é o deus-serei, mas o Grande Eu-Sou, o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Eclesiastes 3:15 O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.
Sempre que nos referimos ao tempo, pensamos em um ponto específico em algum momento da história. Esta referencia é linear e contínua composta de um antes, um durante e um depois. O ser do hoje é a somatória de tudo que ele foi ontem e sonha ser amanha. Não tem como fugir desta realidade. No entanto, para se encarar o tempo, é preciso dar-lhe o significado exato em relação a vida. Cada hora, minuto e segundo é importante para o ser que é determinado por sua temporariedade. Embora ansiamos pela eternidade (Ecl. 3: 11) – que a ausência total do tempo - estamos sujeitos a ação do que é passageiro e transitório. Em outras palavras, não apenas passamos pelo tempo, mas o tempo passa por nós!
O ser humano é o único ser que tem saudades. Não se pode comprovar que outros animais se lembrem do que passou. Tudo que eles sabem deve-se a seus instintos. Mas não é assim com o homo sapiens. Sua memória arquiva todas as suas experiências, sensações e impressões e constantemente as traz à tona no tempo presente. Este flashback influencia o que ele é agora, e pretende ser amanha. O passado é parte da história do ser, e não pode ser deletado. Em um processo de decisão, a nossa mente trabalha associando fatos e ideias de momentos passados para nos dar certo direcionamento diante das situações correntes.
Acertar ou não tal decisão dependerá grandemente do uso apropriado do nosso passado. Quando digo “uso apropriado do passado”, destaco uma tendência inerente no ser humano de viver no e do passado. Esta mentalidade saudosista pode ser prejudicial porque tendemos a ignorar ou nos alienar das questões prementes atuais. Saber usar o passado é extrair de nossas experiencias respostas adequadas para nos ajudar a resolver ou nos fazer compreender os desafios no presente.
Mas, há um outro fator importante nessa nossa viagem no tempo. É que o nosso aqui e agora sempre veem acompanhados de uma retorno ao passado, e de uma projeção para o futuro. A nossa perspectiva de futuro é determinante para as respostas que damos aos dilemas do presente. Saber o destino onde desejamos chegar implica em saber que estradas devemos tomar. É este futuro a nossa frente, ou a noção dele, que nos dá um norte, ou um senso de propósito que, por sua vez, nos dá um senso de significância.
O homem no tempo,é um homem do futuro. O ser humano é dotado pelo senso de propósito que o impulsiona e o motiva a ter expectativas. É este senso que lhe diz aonde este indivíduo precisa chegar e o põe-no em movimento em direção a realização de suas expectativas. A falta de esperança logo se manifesta com uma profunda falta de propósito e realização. A esperança faz parte da estrutura psicossocial do ser e o destaca como o único ser capaz de transcender e transformar sua realidade, construindo algo novo a partir de suas projeções. Por isso, seu senso de propósito é imprescindível e negar esta capacidade é viver de forma antitética a sua essência.
Como o ser humano passa grande parte de seu tempo projetando e arquitetando seu futuro, ele pode enfrentar um grande desafio: a tendencia ao escapismo. Geralmente o futuro que projetamos é perfeito, ideal e bom; porém, quando contrastado com nossa realidade nua e crua, nem sempre temos as respostas adequadas. Este “esperancismo” é um processo psíquico de digressão, remetendo os medos e inseguranças do indivíduo, suas ambições e idealizações, para um tempo, ou noção de tempo, fora de sua realidade presente, com o objetivo de superar as premências psíquicas, sociais ou circunstanciais. De certa forma, este fator é necessário para direcionar o ser humano, motivá-lo rumo a um alvo. No entanto, seu malefício é quando ele se torna um sentimento escapista onde a realidade presente deixa de ser encarada e passa a ser evitada.
O homem no tempo é chamado para viver no tempo de Deus. É aqui que nos deparamos com o significado do tempo. De um modo geral, há dois termos relacionados ao tempo – o kronos e o kairos. O kronos é o tempo que determina as estações do ano, os meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos, etc. Estamos limitados pelo tempo kronos, e, até certo ponto, nossos projetos de vida dependem da cronologia deste tempo. Já o tempo kairos, é o tempo oportuno, o tempo de Deus. Eclesiastes diz que tudo Deus fez maravilhosamente em seu tempo (tempo aqui é kairos) e “pôs na mente dos homens a ideia da eternidade” (Ec 3:11). Ou seja, Deus manifesta seu tempo (kairos) dentro de nosso tempo (kronos), e mesmo presos ao kronos, vivemos em busca de algo além dele, o kairos de Deus!
Agostinho afirma que “os anos na presença de Deus são como um eterno dia sempre presente, de modo que ‘todas as coisas de amanhã e do futuro, de ontem e do passado, hoje as fazes, hoje as fizeste[1]’”. No tempo de Deus, não há amanha, e sim um hoje eterno! Logo, a verdadeira esperança não é aquela que se deixa prender pelo fatalismo do kronos, mas que descansa nas promessas do kairos de Deus. O Senhor não é o deus-serei, mas o Grande Eu-Sou, o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Eclesiastes 3:15 O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.
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foi benção pra minha vida ler o artigo! Saudades de vcs, familía abençoada! Deus continue abençoando e usando poderosamente! bjo grande
euripe-ocultismo e actividades afins. gosto do seu raciocínio, gostava de falar nas minhas viagens no tempo.
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