O mundo acompanha atônito mais um conflito sangrento no oriente médio. Uma história antiga marcada por profundos sentimentos e ressentimentos, cheia de desentendimentos e repetidos frustrados acordos de paz. Duas nações, em um pequeno espaço, lutando pelos seus ideais, motivadas por arbitrariedades política e religiosa. Ninguém cede. Ninguém arreda o pé. As guerras geram mortes, que, por sua vez, geram revoltas e mais guerras! O povo sofre. Há perdas dos dois lados. Há “razões” dos dois lados. O mundo lamenta, mas nada adianta. É o conflito “escatológico”, afirmam, de um lado, uns; é o conflito da “Jirrad”, a guerra “santa”, ratificam, do outro, outros.
Assistimos a estas reportagens e agimos, preocupados é claro, porém como se isso fosse um problema deles lá. De fato é. Entretanto, sem querer questionar motivos, ou fundamentações teológicas, eu penso que devemos olhar para o Oriente Médio, não apenas como o relógio do mundo, mas como o espelho do mundo. Ali, podemos ver de forma acentuada o que está em todos os becos e ruelas do nosso planeta - injustiça, intolerância, descaso das autoridades, preconceitos, etc. De certa forma, os seus problemas lá refletem uma problemática complexa: o mundo inteiro está em conflito!
Então, o que acontece lá tem a ver com todos nós aqui e em todo lugar.
Mas, toda moeda tem dois lados. Eu estive lá. E de certa forma, me choca ver tudo isso acontecendo. Eu conheci os dois lados e digo: nenhum deles merece passar o que está passando. Eu pude ver naquele local, pessoas com o coração aberto e cheias de paixão pela vida. Eu vi judeus e palestinos, verdadeiros humanos, cordiais, gentis e hospitaleiros. Andando pelas ruas antigas de Jerusalém, cidade cantada e recitada em tantos poemas, eu pude vislumbrar que por trás das intransponíveis barricadas militares, há um o anseio latente por um porto seguro. Cruzando o muro da separação - típico exemplo dos conflitos mundiais - pude contemplar dois corações que batem pelo mesmo motivo: a paz!
Qual o problema então? Qual a razão de tantos conflitos: A falta de diálogo? O fundamentalismo religioso dos dois lados? A desproporção beligerante nos ataques? Ou, um conflito agrário, onde um é acusado de “ocupante” e o outro de “apossador indevido?”
Será que se eles falassem a mesma língua, fossem mais tolerantes religiosamente ou possuíssem o mesmo potencial bélico, haveria menos conflitos? Ou pelo menos, um conflito mais justo? Na verdade, eu não sei e reconheço minhas limitações para oferecer respostas.
Será que se eles falassem a mesma língua, fossem mais tolerantes religiosamente ou possuíssem o mesmo potencial bélico, haveria menos conflitos? Ou pelo menos, um conflito mais justo? Na verdade, eu não sei e reconheço minhas limitações para oferecer respostas.
No entanto, eu quero pensar no que EU posso e devo fazer. Como seguidor do Cristo, o judeu-palestino, e membro de Seu corpo, creio que a Igreja precisa deixar de assistir calada o que milhares de pessoas estão sofrendo gritando. Saiamos do casulo da passividade, de uma espiritualidade alienada, e nos coloquemos na brecha dos muros da intolerância para interceder por este povo (Ezequiel 22:30). Porque a nós nos foi confiado o ministério da reconciliação (2Corintios 5:18), que é o ministério da pacificação. Ser um pacificador é ser bem aventurado (Mateus 5:9), e ser chamado filho de Deus. Se é assim, que esta, então, seja nossa oração e clamor: paz sobre Israel (Salmo 128:6) e paz sobre Jerusalém!
Sejam prósperos os que te amam. Reine paz dentro de teus
muros e prosperidade nos teus palácios. Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: haja paz em ti! (Salmo 122:6-8).
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Parabéns pelas precisas colocações Pr. Luis. De fato, o caráter regional/universal desse conflito deve despertar em nós uma reflexão profunda, seguida de uma mundança de atitude. Um grande abraço.
Muito Obrigado pelo comentário, Francisco.
Foi impossível não ler primeiramente seu parecer sobre Israel x Palestina.
Parabéns pelo equilíbrio político e espiritual.
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